quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Alamoa

 

“Alamoa” é uma corruptela do feminino da palavra “alemão”. Outra variação é “alemoa”.

 A Alamoa ou dama branca, lenda de Fernando de Noronha, é uma ninfa, com longos cabelos dourados, que aparece nua e atrai os homens para então se transformar em uma caveira e empurrá-los do topo da pedra do pico ou matá-los de susto. Aparece também como uma luz ofuscante, multicor, a perseguir quem foge dela. Sua residência é o Pico, elevação rochosa de 321 metros na ilha de Fernando de Noronha.

 Às sextas-feiras a pedra do Pico se fende e na chamada porta do Pico aparece uma luz. A Alamoa vaga pelas redondezas. A luz atrai sempre as mariposas e os transeuntes.  Quando um destes se aproxima da porta do Pico, vê uma mulher loura, nua. Quando a pessoa atravessa a porta do pico, a ninfa se transforma em uma caveira e a porta se fecha atrás de si e a pessoa nunca é mais é vista.

 

Fontes: 

https://www.todamateria.com.br/alamoa/ 

https://fantasia.fandom.com/pt/wiki/Alamoa 

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Tágides

Imagem por Pixabay

As tágides são as ninfas do rio Tejo (em latim, Tagus) a quem Camões pede inspiração para compor a sua obra Os Lusíadas. São uma adaptação das nereidas da mitologia greco-romana, as ninfas que vivem nos mares e nos rios. (e na obra, estas eram as musas que inspiravam o autor para relatar os feitos grandiosos "nunca antes vistos", ou seja, os feitos dos "filhos dos lusitanos" (referindo-se assim aos feitos dos portugueses). Estas habitam no rio Tejo que desagua em Lisboa, Portugal. A palavra foi criada por André de Resende, numa anotação ao seu poema Vicentius (1545). O poema sobre a morte de D. Beatriz de Sabóia, em que André de Resende teria usado pela primeira vez o vocábulo Tágides, perdeu-se ou desconhece-se o seu paradeiro.

No seu poema épico Os Lusíadas, Camões roga-lhes que, como musas, o inspirem e que o ajudem a cantar (Dai-me uma fúria grande e sonorosa... de tuba canora) os feitos do povo português. Podemos observá-lo no Canto I, nas estrofes 4 e 5 (no quadro ao lado) apelidadas de Invocação.


Fonte:

domingo, 14 de junho de 2020

Marimanta

Imagem por http://pt.gde-fon.com/
No Folclore Português, existe uma espécie de ninfa, conhecida como Marimanta ou Maria Da Manta, que também se apresenta como Maria Da Grade. Este ser tem cornos na cabeça e lume nos olhos. Habita rios, lagos e poços. Ela atrai crianças e jovens que se aproximam de suas águas e os afoga. Há uma antiga canção de ninar sobre ela:

    "Maria da manta
    tem os boches na garganta
    Tem lume nos olhos
    E lenha nos cornos
    Tem leite nas tetelioilas
    Corre montes e vales
    E pés de altares
    E mata meninos aos pares".
Também há a Maria Gancha, que tem os braços em forma de gancho e vive nos fundos dos poços e afoga qualquer um que ouse se aproximar de suas águas.

Fonte:
 

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Relatos com ninfas

Imagem por Pixabay
Boa noite, queridos leitores. Nesse post, reuni alguns relatos de ninfas que alguns de vocês nos enviaram. Quero agradecer a todos pelo carinho e confiança. Sei que 2020 está sendo um ano muito difícil para todos, mas não podemos perder a fé em uma força maior, e não importa no que vocês acreditam ou não, sempre serão bem vindos nesse espaço, e espero, sinceramente, que se sintam um pouco melhores com nossos posts e que esse momento não o desestimule a continuar com sua caminhada espiritual. Chegaremos ao caminho da cura e da liberdade, não importa o quanto isso demore.
          Sei que já fiz muita besteira no passado e, mesmo que as pessoas que feri, não acreditem, me arrependo das coisas que disse e fiz. Às vezes, coisas ruins tem de acontecer para que possamos perceber o valor de uma vida, de uma caminhada ao ar livre, e mesmo, de uma rotina entediante. Não se deixem dominar pela tristeza e o desânimo. Vivam um dia de cada vez e tentem não se cobrar tanto. Ninguém é perfeito. Não se menosprezem por serem quem são. Deus te fez como fez, não para que você sofresse, mas para que fosse forte. Só o fato de você ainda estar vivo, já prova isso, que você é mais forte do que pensa. Não desista da vida! Você ainda vai provar o seu valor ao mundo.
               Bem, agora, deixo vocês com os relatos.



Relato 1



Me chamo Luis, sou de Dourados - MS, e tenho 17 anos. Minha mãe tem algumas plantas, arbustos, na verdade, e eu decidi tentar contatar as ninfas, fazendo um dos rituais do blog, Deleite Das Ninfas. Confesso que inicialmente, estava cético, até que senti uma energia quente e vibrante vindo de um dos arbustos. Tive uma visualização onde vi uma velhinha e ela sorriu para mim e me disse: "Você precisa acreditar mais no sobrenatural porque tem o dom, sim, você é especial, mas tem medo desde pequeno". Me arrepiei. Ela sumiu da minha mente. Fiquei pensando nas palavras dela e me lembrei que quando eu era pequeno e brincava em uma praça perto de casa, tinha um amigo, indígena, mais ou menos da minha idade. Não lembro o nome dele por mais que eu tente. Mas, ele era muito legal. Toda vez que eu meu pai ia me buscar e me chamava do portão - a praça era cercada por telas e tinha um portão, o portão nunca ficava realmente trancado, e acho que as telas eram mais para as crianças não irem para as ruas - e eu corria até ele e tentava apresentar meu amigo, eu me virava e ele não estava mais lá. Pensava que ele se escondia atrás do escorregador ou em uma das árvores, já, que era tímido, mas meu pai não parecia pensar o mesmo, ele me encarava muito sério e falava "vamos para casa, está tarde". Poderia esse amigo ser imaginário ou um tipo de elemental? Eu mudei de casa depois de alguns meses, então, nunca mais tive contato com meu amigo. Nunca mais vi nada de sobrenatural, mas estou estudando o máximo que posso, porque quero ir a fundo nisso, descobrir se realmente tenho o dom ou tudo não passou de imaginação minha.

(respondido por Perséfone por email)


Relato 2

(respondido por email por Giovanna Lynn)

Oi, eu sou a Samantha, tenho 22 anos e sou de Campo Belo - MG. Eu pratico magia já a algum tempo, mas não é nada demais a ponto de eu me considerar uma bruxa. Dizem que ser uma bruxa é viver em harmonia com a natureza e enxergar a magia nas coisas mais simples durante o dia a dia. Não consigo ser assim. Ainda mantenho um pé aqui e outro lá. Desculpem a sinceridade. Tenho muito respeito por quem abraça a magia sem medo e sem ceticismo, mas, ainda não estou certa se é isso o que desejo para mim. Tenho observado muitos relatos e percebi que certas portas são perigosas demais para serem abertas. Ter a chave das mesmas não garante que será o suficiente para fechá-las. Ainda assim, eu me arrisquei com um dos elementais que acho que é mais fácil lidar, as ninfas. Fiquei desapontada quando fiz o feitiço de contatação porque não vi nem senti nada. Nenhum sonho estanho nem nada... Até que uma manhã eu sonhei que estava parada embaixo de uma árvore  do outro lado da rua, em frente ao colégio onde todas as tardes vou buscar meu sobrinho, que mora ao lado da minha casa. Meu irmão e minha cunhada trabalham, então, só podem levá-lo. Como eu trabalho de manhã, fica mais fácil, buscá-lo à tarde, e no meu sonho, obviamente, era tarde. O céu estava fechado e ventava muito. As ruas estavam desertas e era estranho porque justamente naquele horário, era para estar cheio de carros estacionados dois lados, e pessoas indo e vindo, mas eu parecia ser a única, e estava mais preocupada em terminar meu cigarro e voltar logo para a casa com meu sobrinho antes do pé d'água cair.
              Fumei uns quatro cigarros e mesmo a lixeira estando a poucos metros de mim, joguei as bitucas no chão sem me importar. Eu estava dominada por uma melancolia profunda e só queria voltar para a casa logo, mas nem o maldito sinal tocava nem a inspetora abria os portões do colégio. Tomei um susto quando uma voz feminina e suave me disse "tem uma lixeira logo ali, sabia?". Me virei e vi uma mulher parada ao meu lado. Ela devia ter mais ou menos a minha idade. Era muito branca, quase pálida, e tinha cabelos loiros, longos e, mesmo, eles estando bagunçados pelo vento, continuavam lindos. Seus olhos eram de um castanho muito bonito e me prenderam por um instante, até ela desviar o olhar. Ela usava um vestido branco, à altura dos joelhos, soltinho.
            Dei de ombros e respondi "estou sendo pensando no pessoal que varre as ruas, é o trabalho deles, se todos fossem certinhos e jogassem o lixo no lixo, eles não teriam emprego".
              A mulher riu e disse "eu sei, mas você sabe quantos anos tem essa árvore".
             Olhei para a árvore e dei de ombros outra vez.
              "Ninguém realmente se importa, mas deveriam", ela disse, parecendo chateada, mas, ainda mantendo seu sorriso, "pode parecer, mas nada está à toa em um canto, tudo tem um papel a desempenhar no universo, mesmo essa árvore velha e insignificante, devia ter mais consideração por ela".
              Senti um arrepio e ri. A mulher deixou de sorrir e me encarou muito séria. Fiquei com medo dela, pensei que fosse uma hippie maluca, e me apressei em atravessar a rua. Enquanto eu atravessava, ouvi o sinal do colégio tocando e as crianças comemorando. Cruzei a rua e quando me virei, vi aquela mulher encarando o próprio braço e me assustei ao perceber que eles estavam marcados por queimaduras de cigarros. Ela olhou para mim e eu despertei.
              No dia seguinte quando fui buscar meu sobrinho, me aproximei da árvore do meu sonho e encostei nas marcas que eu havia deixado no tronco quando apaguei meus cigarros e sussurrei "sinto muito". Nunca mais fumei ali, e uma vez quando meu sobrinho jogou um papel de bala próximo a essa árvore, eu o fiz pegar o papel e o jogar na lixeira, dizendo a ele, o mesmo que aquela mulher, que acredito ser uma ninfa, me disse, que tudo tem seu papel a desempenhar no universo, mesmo aquela árvore velha, e que ele deveria ter mais consideração por ela. Até hoje, essas palavras me tocam profundamente. Queria compartilhar isso com vocês e pedirem para refletirem sobre essas palavras.


Relato 3

(respondido por email por Lily Melville)

Me chamo Márcia, sou de Rio Brilhante, MS, tenho quinze anos. Sempre acreditei em fadas, elfos e ninfas, especialmente ninfas. O quintal de minha casa, tem muitas árvores e eu gosto de me sentar entre elas para desenhar. Sou uma grande fã de A Dança Das Fadas e Deleite Das Ninfas. Fiquei um pouco triste quando soube que a Niele deixou o blog, pensei que seria o fim, mas, então, outras bruxinhas lindas assumiram e eu me consolei.
              Fiz alguns feitiços para contatar fadas e elfos, e não me decepcionei. Pretendo contar com foram em outra oportunidade, se permitirem. Enfim, esse relato é para contar a minha experiência com as ninfas. Eu fiz certinho como vocês ensinaram para agradar as ninfas e até deixei um desenho para elas, enrolado em formato de pergaminho, preso em uma fita verde, amarrado em um dos galhos da árvore. Na mesma noite em que deixei o desenho, tive um sonho com elas. Eu estava no jardim e elas estavam de mãos dadas, dançando em volta da árvore onde deixei o desenho. Elas era muito lindas, cada uma, com um tom de pele diferente, mas todas tinham cabelos longos e negros, e usavam vestidos longos e verdes. Elas riam e cantavam. Eu observei elas, emocionada, e disse que sabia que elas eram reais. Elas pararam de dançar e se aproximaram de mim, me cercando. Não fiquei com medo. Só conseguia sentir alegria. Elas pegaram minhas mãos e me levaram até a árvore, me fazendo se sentar em círculo com elas. Uma delas, que era a mais velha e, também, a mais bonita, me disse que eu era uma garota maravilhosa, linda, muito linda, por dentro e por fora, que as pessoas percebiam isso e tentavam me falar, mas eu não acreditava, que me sentia feia e triste, mas eu não deveria me sentir assim. Eu chorei. Era exatamente assim que eu me sentia. Uma delas me abraçou, e outra segurou minha mão.
                 "Não, você não é assim", a líder delas me disse, sorrindo com tanta doçura, que mais parecia um anjo, e não uma ninfa. "Você tem que entender que pessoas como você, com toda essa luz que você carrega dentro de si, são muito incompreendidas pelo mundo e, às vezes, por si mesmas, mas você não pertence a esse mundo, só está aqui de passagem, você sente falta do seu verdadeiro lar e natural, mas tem de ser forte, esse mundo tem algo para te ensinar".
                   "O que seria? Porque eu não vejo sentido em continuar aqui", eu respondi.
                  Ela demorou para responder, mas quando falou, suas palavras me atingiram em cheio e, até hoje, não me esqueço delas: "Só os mais fortes entre nós escolhem deixar o conforto da luz e vir para cá, infelizmente, nem mesmo eles resistem e, desejando voltar para a luz, acabam se entregando para a escuridão, mas não se pode voltar para a luz através da escuridão, é preciso superar a dor e o medo e sua própria pele, se preciso, para oferecer algo bonito a esse mundo, e só, então, você poderá retornar ao seu lar".
              Eu entendi que ela estava falando sobre suicídio, porque eu era muito depressiva e a todo instante, essa ideia passava por minha mente.
               "Veja", ela apontou para trás de mim. Eu me virei e vi uma série de imagens tristes, que me fizeram chorar ainda mais, uma mulher chorando abraçada ao corpo de seu bebê morto, um cadeirante, aborrecido, uma garotinha com fome e com frio, um homem sendo perturbado por espíritos obsessores, entre outras coisas. Pensei, me sentindo amarga, que só havia dor nesse mundo.
             "É verdade", a líder das ninfas disse, ao ouvir meu pensamento, "é por isso que Deus envia boas pessoas para cá, para que elas possam trazer um pouco de luz, conforto e esperança a essas pessoas, mas alguns, como você, não tiveram uma vida fácil no passado, e quando alcançaram a luz, se apegaram tanto a ela, que se sentiram prontas para voltarem à Terra e consolarem os aflitos, mas o corpo e o espírito são tão diferentes... Você ainda age como uma mulher fraca e oprimida, que permite que os outros a maltratem, por que? Você é outra, agora, é forte e pode trazer tanta luz a esse mundo, não desista ainda porque o que você veio fazer aqui é tão lindo, e vai salvar tantas vidas". 
                   Eu perguntei a ela, o que eu deveria fazer, e ela respondeu: "Só siga seu coração, não existe sonho impossível". 
                      Eu nunca esqueci esse sonho, e conversei com meu pai, expliquei como me sentia e minha mãe e ele concordaram em me levar até o médico. Passei a tomar antidepressivos e também a frequentar o centro espírita. Me sinto bem melhor agora. Acredito no sobrenatural, mas não pretendo deixar de tomar meu remédio porque acho que uma coisa não tem nada a ver com outra. Quando seu corpo está doente, você toma um remédio para curá-lo, e quando seu espírito está mal, você busca ajuda espiritual. Fiz as duas coisas. Muito obrigada por lerem. Não parem de escrever porque vocês fazem um trabalho lindo, levando luz a quem precisa.©

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