terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Boitatá

Foram encontrados relatos do Boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560, como uma lenda indígena que descreve uma cobra de fogo de olhos enormes ou flamejantes.
       Para os índios ele é "Mbaê-Tata", ou Coisa de Fogo, e mora no fundo dos rios. A narrativa varia muito de região para região. Único sobrevivente de um grande dilúvio que cobriu a terra, o Boitatá escapou entrando num buraco e lá ficando, no escuro, motivo pelo qual seus olhos cresceram.
        Outros dizem que é a alma de um malvado, que vai incendiando o mato à medida que passa. Por outro lado, em certos locais ele protege a floresta dos incêndios. Algumas vezes persegue os viajantes noturnos, ou é visto como um facho cintilante de fogo correndo de um lado para outro da mata. Tem vários outros nomes: Cumadre Fulôzinha, Baitatá, Batatá, Bitatá, Batatão e Biatatá.
         O Boitatá pode ser uma explicação mágica para o fogo-fátuo. A versão que predominou foi a do Rio Grande do Sul. Nessa Região, reza a Lenda que houve um período de noite sem fim nas Matas. Além da escuridão, houve uma enorme enchente causada por chuvas torrenciais. Assustados, os animais correram para um ponto mais elevado a fim de se protegerem. A Boiguaçu, uma Cobra que vivia numa gruta escura, acorda com a inundação e, faminta, decide sair em busca de alimento, com a vantagem de ser o único bicho acostumado a enxergar na escuridão. Decide comer a parte que mais lhe apetecia, os olhos dos animais e de tanto comê-los vai ficando toda luminosa, cheia de luz de todos esses olhos. O seu corpo transforma-se em ajuntadas pupilas rutilantes, bola de chamas, clarão vivo, Boitatá, Cobra de fogo. Ao mesmo tempo a alimentação farta deixa a Boiguaçu muito fraca. Ela morre e reaparece nas Matas serpenteando luminosa. Quem encontra esse ser fantástico nas campinas pode ficar cego, morrer e até enlouquecer. Assim, para evitar o desastre os Homens acreditam que têm que ficar parados, sem respirar e de olhos bem fechados. A tentativa de escapar da Cobra apresenta riscos porque o ente pode imaginar que a fuga é de alguém que ateou fogo nas Matas. No Rio Grande do Sul, acredita-se que o "Boitatá" é o protetor das Matas e das campinas. A verdade é que a ideia de uma cobra luminosa, protetora de campinas e dos campos aparece frequentemente na Literatura, sobretudo nas narrativas do Rio Grande do Sul.








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