domingo, 21 de abril de 2013

Dríades, as damas verdes

       Quase invisíveis e camufladas por umas longas túnicas verdes, escondem-se umas belas fadas dispostas a brincar e a divertir-se: AS DAMAS VERDES.
       Na Inglaterra aplica-se a denominação de “Dama Verde” as Dríades, ou espíritos dos bosques, que moram no carvalho, no salgueiro, no azevinho, nas macieiras, entre outras. Antes de cortar uma árvore era preciso solicitar a permissão das fadas e plantar prímulas próximas das suas raízes, como oferenda à Dama Verde, para alcançar as suas bênçãos.
         O verde é a cor das coisas que crescem e muitos duendes da natureza apresentam-se com trajes e gorros verdes. Alguns inclusive têm verde na pele. Na Escócia e na Irlanda, o verde é exclusivamente a cor dos duendes e até recentemente considerava-se que atraía a má sorte aos seres humanos que o vestiam.
          Muitas são as pessoas que consideram instintivamente que uma árvore possui um espírito ou consciência. Durante os primeiros dias do budismo, essa questão suscitou uma certa controvérsia e decidiu-se que as árvores não possuem alma como os seres humanos, mas que contam, porém, com certos espíritos residentes, chamados “Devas”, que falam do seu interior.
        Os espíritos das árvores foram honrados desde os tempos antigos. Como as árvores são capazes de viver muitos séculos, atestam mais feitos do que os seres humanos se podem dar conta nas suas breves existências. Por isso, os nossos antepassados julgavam que esses espíritos tinham que ser muito sábios. As árvores eram honradas nas suas festas com coroas e ornamentações.
Ainda hoje, como eles, honramos o espírito da árvore quando adornamos a nossa árvore de Natal e colocamos no alto um duende que representa o seu espírito vivo.
      As Damas Verdes são altas, belas e graciosas. Elas podem ser vistas não só nos bosques, mas também em castelos em ruínas e nos seus jardins. Habitam inclusive regiões desérticas nos seus suntuosos castelos de cristal. Os seus deslocamentos são rápidos e para realizá-los aproveitam o impulso do vento.

        Uma das mais famosas é a Dama Verde de Caerphilly, que se converte em planta quando tem que abandonar o castelo em ruínas onde habita, parecendo-se então com uma hera. Às vezes, costuma deixar-se ver, porém só se percebe o seu rosto, rodeado de folhas verdes de hera.
A Dama Verde é a força vital, vegetativa, que faz que uma raiz possa romper uma pedra, que os juncos se dobrem ao vento e que o carvalho suporte a tormenta.
A graciosa dança da Dama Verde ensina-nos a deixarmos de lado as regras artificiais e as limitações que nos oprimem, e a encontrarmos o nosso verdadeiro modelo de crescimento. Cada um de nós, com raízes ou sem elas, tem um padrão de perfeição que guia o seu crescimento.
      A Dama Verde recorda-nos que onde o solo é fértil, algo crescerá. Pode ser uma urtiga ou uma rosa, pois a terra fértil nunca ficará vazia. Ela pede-nos então que nos mantenhamos em contato com a terra, que cuidemos do nosso solo e que prestemos atenção ao que ali cresce. Depende só de nós erradicarmos o que não queremos em nós e alimentarmos o que nos faz bem.

       A Dama Verde diz-nos que apreciemos as bênçãos da vida e que afrontemos as dificuldades. A árvore cresce onde cai a semente, do mesmo modo que cresceremos se estivermos enraizados. O importante é demonstrarmos perseverança e paciência nas adversidades. Quando uma planta está sedenta, não pode fazer muitas coisas para acalmar a sua sede: pode dirigir as suas raízes mais para baixo em busca da água, porém deve esperar que a água venha até ela. Muito embora tenhamos pernas e possamos empreender ações para alcançar o que queremos, muitas vezes, as coisas estão fora do nosso alcance. Isto é o que podemos aprender com a Dama Verde: a esperar pacientemente.
        Porém, ao mesmo tempo, ela aconselha-nos a correr riscos, deixando crescer sementes novas e desconhecidas para ver em que se convertem. Algumas dessas sementes podem ser pequenos milagres que podem acontecer na nossa vida.
       Esta Dama diz-nos ainda para cuidarmos do terreno onde crescemos, da satisfação de mostrarmos aos outros, sem medo, como somos e praticarmos a magia inata. Qualquer momento da nossa vida é o de potencializarmos os nossos talentos e habilidades, um tempo de florescimento que produzirá os seus frutos. A recompensa material que esperamos só será possível na colheita da semente que plantamos e cuidamos.
      Adversidades e conflitos sempre existirão, mas a Dama Verde aconselha-nos a sermos valentes e perseverantes, pois, às vezes, nada pode ser feito a não ser esperar e seguir crescendo. No Mundo das Fadas, tal como no nosso, temos que crescer ou morrer. Não podemos ficar imóveis.
A Dama Verde cresce no nosso interior quando desenvolvemos livremente a nossa criatividade.

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