segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Iemanjá


ORAÇÃO PARA IEMANJÁ 

‘Salve, Estrela do Mar, deusa poderosíssima, mãe e advogada de todos os que navegam no mar agitado da vida! À vossa valiosa proteção confia-nos o vosso séqüito de auxiliares, sereias, ninfas, caboclas do mar, para serem nossas guias, protetoras, consolo e alento durante as tempestades da vida terrestre. Refugiamo-nos cheios de confiança e fé em vossa aura e manto vibratório. Seja nossa guia, seja nosso farol, seja sempre nossa brilhante estrela divina que nos orienta, a fim de que nunca pereçamos nem nos falte rumo da rota segura que nos fará desviar dos escolhos do mar agitado da vida material. Aceitai a minha devoção humilde como símbolo de meu carinho e esperança, para que eu possa trilhar o caminho vital com a mente limpa e o corpo sem os fluídos negativos que possam dificultar minhas atividades. Assim seja’.


No Brasil, a orixá goza de grande popularidade entre os seguidores de religiões afro-brasileiras e até por membros de religiões distintas.
Em Salvador, ocorre anualmente, no dia 2 de fevereiro, a maior festa do país em homenagem à "Rainha do Mar". A celebração envolve milhares de pessoas que, trajadas de branco, saem em procissão até ao templo-mor, localizado próximo à foz do rio Vermelho, onde depositam variedades de oferendas, tais como espelhos, bijuterias, comidas, perfumes e toda sorte de agrados. Todavia, na cidade de São Gonçalo, os festejos acontecem no dia 10 de fevereiro.
Outra festa importante dedicada a Iemanjá ocorre durante a passagem de ano no Rio de Janeiro. Milhares de pessoas comparecem e depositam, no mar, oferendas para a divindade. A celebração também inclui o tradicional "banho de pipoca" e as sete ondas que os fiéis, ou até mesmo seguidores de outras religiões, pulam como forma de pedir sorte à orixá.
Na umbanda, é considerada a divindade do mar.

 Além da grande diversidade de nomes africanos pelos quais Iemanjá é conhecida, a forma portuguesa Janaína também é utilizada, embora em raras ocasiões. A alcunha, criada durante a escravidão, foi a maneira mais branda de "sincretismo" encontrada pelos negros para a perpetuação de seus cultos tradicionais sem a intervenção de seus senhores, que consideravam inadimissíveis tais "manifestações pagãs" em suas propriedades.

  Seus filhos e filhas são serenos, maternais, sinceros e ajudam a todos sem exceção. Gostam muito de ordem, hierarquia e disciplina. São ingênuos e calmos até demais, mas, quando se enfurecem ,são como as ondas do mar, que batem sem saber onde vão parar. São vaidosos mais com os cabelos. Suas filhas sabem seduzir e encantar com a beleza e mistérios de uma sereia. Geralmente, as filhas de Iemanjá têm dificuldade em ter filhos, pois já são mães de coração de todos.


  • Dia: sexta-feira.
  • Data: 2 de fevereiro.
  • Metal: prata e prateados.
  • Cor: prata transparente, azul, verde água e branco.
  • Comida: manjar branco, acaçá, peixe de água salgada, bolo de arroz, ebôya, ebô e vários tipos de furá, melancia, cocada branca.
  • Arquétipo dos seus filhos: voluntarioso, fortes, rigorosos, protetores, caridosos, solidários em extremo, ingênuos, amigo, tímido, vaidosos com os cabelos principalmente, altivos, temperamentais, algumas vezes impetuosos e dominadores, e tem um certo medo do mar.
  • Símbolos: abebé prateado, alfange, agadá, obé, peixe, couraça, adê, braceletes, e pulseiras.
 Existe um sincretismo entre a santa católica Nossa Senhora dos Navegantes e a orixá da Mitologia Africana Iemanjá. Em alguns momentos, inclusive festas em homenagem as duas se fundem.
 No Brasil, tanto Nossa Senhora dos Navegantes como Iemanjá tem sua data festiva no dia 2 de fevereiro. Costuma-se festejar o dia que lhe é dedicado, com uma grande procissão fluvial. Uma das maiores festas ocorre em Rio Grande, no Rio Grande do Sul, devido ao sincretismo com Nossa Senhora dos Navegantes. No mesmo estado, em Pelotas a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes vai até o Porto de Pelotas. Antes do encerramento da festividade católica acontece um dos momentos mais marcantes da festa de Nossa Senhora dos Navegantes em Pelotas, que em 2008 chegou à 77ª edição. As embarcações param e são recepcionadas por umbandistas que carregavam a imagem de Iemanjá, proporcionando um encontro ecumênico assistido da orla por várias pessoas.

No dia 8 de dezembro, outra festa é realizada à beira mar baiana: a Festa de Nossa Senhora da Conceição da Praia. Esse dia, 8 de dezembro, é dedicado à padroeira da Bahia, Nossa Senhora da Conceição da Praia, sendo feriado municipal em Salvador. Também nesta data é realizado, na Pedra Furada, no Monte Serrat em Salvador, o presente de Iemanjá, uma manifestação popular que tem origem na devoção dos pescadores locais à Rainha do Mar - também conhecida como Janaína
Na capital da Paraíba, a cidade de João Pessoa, o feriado municipal consagrado a Nossa Senhora da Conceição, 8 de dezembro, é o dia de tradicional festa em homenagem a Iemanjá. Todos os anos, na Praia de Tambaú, instala-se um palco circular cercado de bandeiras e fitas azuis e brancas ao redor do qual se aglomeram fiéis oriundos de várias partes do Estado e curiosos para assistir ao desfile dos orixás e, principalmente, da homenageada. Pela praia, encontram-se buracos com velas acesas, flores e presentes. Em 2008, segundo os organizadores da festa, 100 mil pessoas compareceram ao local.

Festa do Rio vermelho



A tradicional Festa de Iemanjá na cidade de Salvador, capital da Bahia, tem lugar na praia do Rio Vermelho todo dia 2 de Fevereiro. Na mesma data, Iemanjá também é cultuada em diversas outras praias brasileiras, onde lhe são ofertadas velas e flores, lançadas ao mar em pequenos barcos artesanais.
A festa católica acontece na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, na Cidade Baixa, enquanto os terreiros de candomblé e umbanda fazem divisões cercadas com cordas, fitas e flores nas praias, delimitando espaço para as casas de santo que realizarão seus trabalhos na areia.
No Brasil, Iemanjá, na versão de Pierre Verger, representa a mãe que protege os filhos a qualquer custo.


Em Porto Alegre
A Festa de Nossa Senhora dos Navegantes em Porto Alegre é a maior festa religiosa da cidade brasileira do sul do Brasil, e homenageia Nossa Senhora dos Navegantes e seu sincretismo afro-brasileiro. É realizada no dia 2 de fevereiro de cada ano desde 1870. Originalmente constava de uma procissão fluvial, com embarcações que singravam o Lago Guaíba desde o cais do porto, levando a imagem da santa do centro da cidade até a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes. Hoje, por determinação impeditiva da Capitania dos Portos, a procissão é terrestre, levando a imagem desde a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no centro da cidade, até a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes.Os organizadores da festa consideram que esta é a segunda maior romaria religiosa do País, ficando atrás apenas do Círio de Nazaré realizada em Belém do Pará. Com uma grande participação popular tanto na realização da festa, como nas comemorações.

Cuba



Em Cuba, Yemayá também possui as cores azul e branca, é uma rainha do mar negra, assume o nome cristão de La Virgen de la Regla e faz parte da santeria como santa padroeira dos portos de Havana.
Lydia Cabrera fala em sete nomes igualmente, especificando bem que apenas uma Iemanjá existe, à qual se chega por sete caminhos. Seu nome indica o lugar onde ela se encontra.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Aparência das ninfas

      Não há nada de extraordinário na aparência de uma ninfa. Na verdade, elas são tão parecidas às humanas, que à primeira vista seria impossível de não acreditar estar diante de uma simples mortal. As pessoas fantasiam muito a respeito da verdadeira forma dos elementais por causa de seres animalescos como sereias, faunos e etc.
 As ninfas são iguaizinhas às mulheres humanas, podendo ser baixas ou altas (isso depende do tipo de ninfa. Por exemplo, as ninfas da água são muito atraentes, mas são baixas, da altura de uma criança de dez a doze anos. Já as Hamadríades podem ser altas quanto suas árvores.) e sua beleza é comum, não se assemelhando em nada com as sereias. Mas não se engane com sua aparência, pois elas podem não ser como as sereias, mas são tão irresistíveis quanto uma. Sua voz é macia e sedutora. Enquanto uma sereia, em muitos casos, precisa cantar para atrair sua vítima, a ninfa, simplesmente, dispensa o canto e atrai a pessoa a chamando pelo seu nome várias vezes. Se a pessoa ignora, seus gritos transmitem desespero e a pessoa, enfeitiçada, fica aflita e não consegue encontrar a paz enquanto não atender ao chamado da ninfa. Se já é difícil resistir a voz de uma ninfa, imagine então tentar resistir ao canto de uma sereia? Vale lembrar (só pra apagar o risinho das caras das meninas) que as ninfas e sereias são livres de preconceito e podem sim, se apaixonar por uma garota ao invés de se apaixonar por um garoto. Não estou dizendo que isso acontece sempre, mas é bom você saber. Mas, relaxe porque na magia existe uma lei que diz que semelhante atrai semelhante. Você não vai atrair um elemental gay se for hetero. Pode parecer estranho eu estar falando sobre sexualidade agora, mas os elementais tem uma vida sexual assim como todo mundo e alguns deles ainda valorizam o amor livre e sem preconceito que existiu na Grécia há muito tempo atrás. Naquela época, a sociedade não via o homossexualismo como hoje e até mesmo as prostitutas eram tidas como sagradas. Era comum as mulheres casadas terem escravas sexuais. E familias entregarem seus filhos meninos a senhores ricos que ... (como dizer isso sem causar polêmica?) os iniciavam nas artes sexuais e por aí vai. Alguns elementais, especialmente os da água, que outrora foram muito adorados na Antiga Grécia ainda amam como antigamente.  Elementais podem se apaixonar por humanos e até mesmo levá-los para seus reinos. Mas esse tipo de amor, por mais maravilhoso que pareça tem seus prós e contras que falaremos uma outra hora.

   Como os elementais se mostram a nós?

    Um elemental sempre depende de nossa boa vontade para se mostrar a nós.
De nada adianta realizarmos um belo ritual para avistá-los se não fazemos ideia de como eles são.
Todos os elementais, sem excessão, podem mudar sua forma fisica. Pensem neles como metamorfos e tudo vai ficar mais fácil. 
Os metamorfomos podem virar qualquer coisa, certo? Até mesmo a Britney Spears se quiserem. Os elementais também. Há vários relatos de gente que já os viu na forma de suas celebridades preferidas ou mesmo na forma de entes queridos já falecidos ou ainda vivos. Se você já viu o vulto da sua mãe no corredor quando ela estava no banheiro, por exemplo. Você, na verdade, viu um elemental. 
 Talvez essa seja a parte mais legal de se contatar um elemental. Ele pode ser o que você precisa ou deseja que ele seja. Como um amigo imaginário. Aliás, muitos desses casos de amigos imaginários, na verdade, podem se tratar de elementais. Mas não deixe a fantasia te confundir. Quando você realmente consegue atrair um elemental, você sabe porque um elemental é bem mais que uma imagem projetada em sua mente. Ele tem vida própria. Personalidade própria e Voz. Se não puder ouvi-lo, ela vai falar na sua mente, através de pensamentos que você terá certeza absoluta que não são seus. Cada elemental vai se manifestar de uma forma. Depende da pessoa, do seu grau mediunidade. Por exemplo, algumas pessoas não podem ver elementais, mas podem senti-los ou ouvi-los. Se você quiser ver, sentir e ouvir, tudo ao mesmo tempo, precisará realizar rituais para despertar sua vidência. Há também a hipnose, mas deve se tomar cuidado com ela.

Os riscos que a hipnose pode trazer

      A hipnose, na magia, nada mais é que uma viagem astral que o mago ou xamã realiza para encontrar seres ou mesmo pessoas em outro plano. Dessa forma é possível conhecer a morada dos elementais. Quando fazemos uma hipnose devemos estar plenamente conscientes (acordados) para retornarmos pelo mesmo caminho o qual tomamos para chegarmos até onde chegamos. Caso contrário, corremos o sério risco de nos perdermos. Quando nos perdemos, podemos ficar preso do outro lado de duas maneiras; a primeira, nunca mais a pessoa teria sonhos comuns e sempre que dormisse iria, mesmo, contra a vontade, para a dimensão a qual ficou presa. Nesse caso, tudo que acontece por lá seria real. E a pessoa teria de aprender a adquirir consciência enquanto estivesse dormindo para saber que está sonhando e, assim poder controlar os seus atos. O problema é que nem sempre descansamos bem quando estamos em sonho consciente. A segunda, a pessoa seria obrigada a permanecer no mundo espiritual e entraria em coma. Isso geralmente acontece com pessoas desavisadas ou descuidadas que vão para o mundo das fadas ou dos mortos, onde a principal regra diz que aquele que comer de sua comida ou beber de sua bebida será obrigado a permanecer por lá por tempo indeterminado. E se a pessoa ainda tiver a má sorte de encontrar uma fada da corte maldita pode acabar sendo escravizado. Em ambos o caso, a provável solução seria realizar uma hipnose que resgatasse a pessoa de sua prisão espiritual. Encontrei um site que relata diversos casos de prisões espirituais. Ele é um tanto quanto fantasioso, mas vale a pena conferir para você ter uma noção básica de como seria estar preso em outra dimensão.© Segue o link a seguir: Prisão espiritual


Altar das ninfas


        De todos os elementais, as ninfas são as que mais merecem nossa atenção porque são os espíritos que estão mais próximos da humanidade. Elas estão tão perto que muitas vezes nem reparamos mais nelas. As belas donzelas estão escondidas atrás de nossas árvores e plantas. Uma vez que reparar nelas, será dificil de ignorá-las. Chega a ser um pouco assustador quando você finalmente se dá conta de que elas são muitas e que estão espalhadas por toda a cidade. Uma mais linda que a outra. Sempre que vou à cidade resolver meus problemas pessoais, reparo nelas e o estresse logo abandona meu corpo.
 Todo praticante de magia, que trabalha com elementais sabe que é impossível ignorar a presença das ninfas. As fadas as adoram e estão sempre cuidando-as e protegendo-as. Isso é muito bonito e nos ensina que os mais fortes devem cuidar dos mais fracos. As fadas não suportariam viverem em um mundo sem árvores, plantas e flores. Sua vida seria triste e vazia, sem a beleza a qual estão tão acostumadas. Nós, humanos deveríamos ter a mesma consciência que nossas amigas "aladas" tem. Já se imaginou em um mundo sem a presença do verde? Seria ruim e pra variar, perderíamos o contato com os elementais. Eu aconselho que mesmo alguém que mora em um apartamento tenha uma fonte natural ou artificial de contato com os elementais. Não é tão dificil. Uma planta ou mesmo um mini jardim, uma fonte d'água pequena (daquelas de decoração) ou um aquário. Cristais e um sino dos ventos. São opções baratas e discretas, que além de atraírem a presença dos elementais, servem de decoração. Se você já tem tudo isso na sua casa. Ótimo! É só acender uns incensos e velas vez ou outra. Pode ser quando estiver sozinho em casa. Não precisa gritar pro mundo todo que você é uma bruxa. Aja com discrição. O que realmente vale é a sua intenção.
   Assim como existem formas de disfarçar suas fontes naturais de conexão com os elementos, existem também formas de disfarçar seus altares e fazê-los parecê-los espaços decorativos. Basta usar a sua criatividade. Isso realmente é útil quando um parente mais velho não aceita de jeito nenhum a sua religião, por exemplo.
 A seguir, vou dar umas dicas para você montar seu altar para as ninfas. Lembrando que, se você possui um jardim, não precisa montar o altar a menos que queira, é claro.

Vamos lá!

Primeiro passo: O espaço devocional

      Você pode montar seu altar em qualquer lugar. Em qualquer lugar mesmo. Em um espaço vazio do seu rack ou estante, em um pedestal, em uma mesa, em um jardim e etc. Consiga uma toalha com estampa de flores e forre-a na mesa (ou qualquer lugar que tenha escolhido para ser o seu altar). A toalha não precisa ser de flores, mas seria bom que fosse, porque flores estão ligadas às ninfas. E seria interessante explorar esse simbolismo.
Segundo passo: A montagem

      Pode colocar imagens em bibêlos ou estátuas de ninfas. Não gaste tempo e dinheiro tentando encontrar uma bela imagem de ninfa grega, como eu. Porque você pode se estressar. As imagens atuais de ninfas são aquelas de garotinhas que parecem estar fantasiadas de flores, frutas ou legumes. Uma gracinha!


        Além das imagens, você pode pôr um incensário, um suporte para vela (opcional), cristais de quartzo, conchinhas e um vaso com flores. oferte doces, pão doce e leite a elas. Faça uma oração a elas ou leia um poema também referente a elas (o poema substitui a oração sem problema). E se quiser pode fazer um pedido, não esquecendo de prometer algo se seu desejo se realizar.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Leucotéia e Palêmon


Ino, filha de cadmo e esposa de Atamas, fugindo de seu furioso marido, com o filhinho Melicertes nos braços, caiu de um rochedo no mar. Os deuses, compadecidos, transformaram-na numa deusa marinha,com o nome de Leucotéia, e ao filho em um deus, com o nome de Palêmon. Ambos tinham o poder de salvar os homens de naufrágios e eram invocados pelos marinheiros. Palêmon geralmente era representado cavalgando um golfinho. Os jogos Ístmicos eram celebrados em sua honra. Era chamado Portuno pelos romanos, e acreditava-se que governava os portos e as costas.

Milton faz alusão a essas divindades, na última canção do "Comus":

Atende, ninfa, o ardor que me consome.
Escuta e surge, do Oceano em nome.
Peço-te, ninfa, em nome de Nereu
Taciturno e de Tétis majestosa
E em nome das malícias de Proteu.
De Tritão pela concha sinuosa,
De Glauco pelas suas profecias,
De Leucotéia pelas mãos macias etc.

Armstrong, o poeta da "Arte de conservar a saúde", sob a inspiração de Higéia, deusa da saúde, assim celebra as náiades:

A caminho da fonte vinde, Náiades!
Donzelas venturosas! Vossas prendas
Exaltar e cantar cumpre-me agora
(Assim Péon ordena, assim ordenam
Da saúde os princípios poderosos)
Exaltar vossas águas cristalinas,
Ó regatos gentis! Em vosso seio
Vida nova se bebe, quando matam
A sede as mãos em concha e os lábios secos.

Péon é um nome pelo qual são chamados tanto Apolo como Esculápio.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Ninfa Dríope

Dríope, na mitologia grega era filha do rei Driops ou do rei Eurito. Foi violentada por Apolo, com quem teve o filho Anfiso.
      Alguns autores modernos confundem Dríope filha de Driops com Penelopeia, filha de Dryopos, que foi seduzida por Hermes, na forma de uma tartagura; desta relação nasceu Pã.
      Segundo Ovídio, em um discurso proferido por Íole, Dríope era sua meia-irmã. Dríope era a mais belas das virgens da Ecália, única filha do primeiro casamento do pai de Íole e, mesmo tendo sido violentada por Apolo, se casou com Andraemon. Da relação com Apolo nasceu Anfiso.
     Anfiso, com menos de um ano de idade, estava com Dríope quando esta foi colher flores e caiu na armadilha da ninfa Lótis, que havia se transformado em árvore para fugir da luxúria de Príapo. Dríope ficou presa na raiz, e depois foi coberta por lótus; nem Íole nem Andraemon, marido de Dríope, conseguiram salvá-la, e apenas o seu rosto, com lágrimas saindo dos olhos, manteve a semelhança do que ela era.

No Livro de Ouro da Mitologia - História de deuses e heróis de Thomas Bulfinch conta a história de Dríope mais detalhadamente. Segundo Bulfinch, Dríope e Iole eram irmãs. A primeira era esposa de Andrêmon, amada pelo marido e feliz com o nascimento do primeiro filho. Certo dia, as irmãs caminhavam pela margem de um rio que descia suavemente até junto da água, ao passo que a parte mais alta era recoberta de mirtos. As duas tencionavam colher flores, a fim de tecerem guirlandas para os altares das ninfas, e Dríope trazia a criança no regaço, e amamentava-a, enquanto caminhavam. Perto da água, crescia um lótus, repleto de flores de cor púrpura. Dríope colheu algumas e ofereceu-as à criancinha, e Iole ia fazer o mesmo, quando percebeu sangue escorrendo nas hastes de onde sua irmã colhera as flores. A planta não era outra senão a ninfa Lótis, que fugindo de vil perseguidor, fora metamorfoseada em planta. Foi o que as duas irmãs ficaram sabendo pelos habitantes da região, quando já era demasiadamente tarde.
        Horrorizada, quando percebeu o que havia feito, Dríope tentou fugir dali, mas sentiu os pés enraizados ao solo. Tentou arrancá-los, mas só pôde mover os membros superiores. Aos poucos, a dureza da madeira foi subindo pelo seu corpo e ela, angustiada, tentou arrancar os  cabelos, mas viu as mãos cheias de folhas. A criança sentiu que o seio materno começara a enrijecer-se e o leite cessava de correr. Iole contemplou o triste destino da irmã, sem poder socorrê-la. Abraçou-se com o tronco que crescia, como se pudesse impedir a continuação da metamorfose, e teria de bom grado sido envolvida pelo duro córtex. Neste momento, surgiram o pai de Dríope e seu marido Andrêmon, e, quando perguntaram por Dríope, Iole apontou-lhes o lótus recém-formado. Abraçaram-se com o tronco, ainda quente, e cobriram suas folhas de beijos.
       Nada mais restava de Dríope, a não ser o rosto. As lágrimas continuavam a escorrer-lhe dos olhos, caindo sobre as folhas, e, enquanto podia, ela falou:
      - Não sou culpada. Não mereço esse destino. Não injuriei pessoa alguma. Se eu disse falsidades, possa minha folhagem perecer com a seca e meu tronco ser cortado e queimado. Tomai este menino e entregai-o a uma ama. Traga-no sempre para estar nutrido sob meus ramos e brincar à minha sombra. E quando ele tiver crescido bastante para falar, ensinai-o a chamar-me de mãe e dizer, com tristeza: "Minha mãe está sob este córtex." Que ele seja cauteloso ao andar pelas margens dos rios e colher flores, lembrando-se de que cada moita de arbusto que vê pode ser uma deusa disfarçada. Adeus, querido esposo, irmã e pai. Se ainda me tendes amor, não deixeis que o machado me fira, nem que os rebanhos mordam e dilacerem meus galhos. Como não posso aproximar-me de vós, subi e beijai-me; e, enquanto meus lábios continuarem a sentir, erguei meu filho, para que eu possa beijá-lo. Não posso mais falar, pois o córtex avança até o pescoço e em breve atingirá meu rosto. Não precisais fechar-me os olhos, o córtex os fechará sem vossa ajuda.
      Então os lábios cessaram de mover, e a vida extinguiu-se; mas os ramos conservaram durante algum tempo mais o calor vital.

Dafne

       A lenda conta que Apolo, o mais belo deus do Olimpo, autoconfiante com seu arco de prata, irrita o Cupido com sua arrogância. Assim, o Cupido teria lançado duas flechas, uma de amor em Apolo e outra de chumbo na ninfa Dafne, filha do rio-deus Peneu, que afastava o amor.
 
    Doente de amor, Apolo começou o assédio sobre Dafne, que recusando todos os pretendentes, não deixou de recusar o belo deus. Apolo então começou uma perseguição a Dafne, que corria desesperada pela floresta tentando evitá-lo. Ele estava cada vez mais próximo de seu objetivo quando Dafne suplica ao seu pai, ao vê-lo entre as árvores, que parasse com o sofrimento. Peneu então, vendo que Apolo já tocava os cabelos da filha, a enfeitiça. Dafne sente seu corpo adormecer, sua pele se transformando em casca, os cabelos em folhas, os braços enrijeceram e viraram galhos, os pés fincaram-se no chão virando raízes.
     Transtornado, Apolo se agarra à árvore que fora seu grande amor e chora, dizendo que os ramos do loureiro sempre o acompanharão em sua coroa verde e vistosa, participando de seus triunfos eternamente. Dessa maneira, os ramos de loureiro ficaram associados a Apolo, tanto que nos Jogos Olímpicos ele ainda constitui parte do prêmio.

Dafne

Um dos dons que atiçava Apolo, era sua capacidade de profetizar, já que Apolo era o deus da poesia e da clarividência. Tendo como parte de seu último suspiro, há uma profecia relatada por Hesíodo:


O fim se iniciará, Pelo roubo da mão.
A maldição terminará, Por um beijo do irmão.
Ninguém acreditará, Em sua história descomunal.
Apenas o loureiro se erguerá, Com o auxilio real.
As mãos que correm o sangue do rei, Terão aparência fina e delicada.
Receberão um amor que nunca vos neguei, Mas tive de ser afastada.
Ao fim da Noite, sob o céu sem lua, O choro da dama irá lhe interessar.
Antes que possa executar a solução crua, Tudo vai expirar.
O viajante destemido.
Jamais irá recuar, Passará por inúmeros aflitos.
Mas em nada você se infiltrará.
O desengano de informação, Irá lhe ajudar.
Já que o viajante e sua família jamais descobrirão, A morte que tu conseguiste evitar.
O conselho doa desiguais, A vida há de eliminar.
Tendo como Hades, o senhor dos mortos, a obrigação de os torturar, Sem ter tempo da profecia apagar.
Vossas vidas terão um bem sem fim, Sob a coroa de honra e rosas cor de carmim.
A benção da rainha, eternamente tu terás, E nunca, jamais, de tudo esquecerás.

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